quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

[22] Epílogo

Viajei, desembarquei de mim mesmo.

Se me perguntassem qual foi a maior contribuição para a minha vida, conseqüência da minha estadia no exterior (vivência nos EUA e viagem pela Europa) eu diria que mais simples do que imaginam: a nova visão de casa.

É verdade que aprendi geografia, aprendi história, aprendi arte, aprendi administração, aprendi economia, aprendi idiomas e culturas, aprendi a ser mais tolerante, sociável e flexível, mas o que deixará marcas por mais tempo e de uma maneira mais profunda é o aumento na qualidade do conhecimento do meu país, do meu estado, da minha cidade, e de mim mesmo. Sim, pois quando se conhece o diferente, adquiri-se parâmetros para comparação. Passa-se a conhecer melhor o que já se supunha conhecer, que antes era tudo, mas que agora torna-se apenas uma parte.

Essa nova visão é carregada de valorização da própria casa. Quando viajamos nos abrimos para tudo que está ao nosso redor, absorvemos (como esponjas) o máximo possível, ávidos para que aquilo melhore nossa qualidade de vida. Quando voltamos essa maior abertura remanesce por um tempo e, assim, subitamente, é como se o que era familiar se tornasse estranho para em seguida se tornar familiar novamente, mas jamais igual ao que era antes.

Mesmo tendo vaga idéia foi só viajando que me dei conta de nossas reais qualidades, do que realmente tínhamos de bom, que às vezes estava debaixo de meu nariz e não percebia.

É isso, uma mudança no modo de ver. O que nosso país possui não é inferior ao que está naquele outro. O nosso estado tem tantas qualidades quanto qualquer um. A nossa cidade é também possuidora de características interessantes. O que buscamos pode não estar fora, mas dentro, dentro de nós.

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