quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

[12] Um albergue diferente - Suécia

Todas as partes é nenhuma parte. Quando uma pessoa dedica todo seu tempo viajando no exterior, acaba tendo muitos conhecidos, mas nenhum amigo.
Seneca


Visitei duas cidades na Suécia: Linkoping e Estocolmo. A primeira, uma cidadezinha no interior do país que ajudou a reforçar a idéia de que os países escandinavos são realmente a Europa da Europa, com uma qualidade de vida invejável, principalmente devido ao alto nível educacional e a ótima estrutura social, exemplo a ser seguido. Mas obviamente nem tudo são mil maravilhas, o clima frio na maior parte do ano parece também atingir as pessoas, mas, felizmente, sempre há exceções.

Conheci um casal de suecos nesta cidade através de um amigo que está residindo temporariamente aqui, e passamos uma noite agradável juntos. Ambos trabalhavam em uma universidade sendo que o senhor tem uma série de atividades relacionadas ao terceiro setor no currículo. Aprendeu o português em Portugal para trabalhar como voluntário nas outras colônias de nossa ex-metrópole na África e já esteve várias vezes no Brasil para ministrar palestras sobre o assunto. Através dele fiquei sabendo que a Suécia, apesar de pequena, é um dos países mais altruístas do mundo, com milhares de organizações-não-governamentais, as ONGs. Depois de um delicioso lanche típicamente sueco, à base de cogumelos, na casa deles, ainda fomos ao cinema (de bicicleta) e depois tomar um capucino em um Café, momentos muito prazerosos, de conversas muito ricas. Linkopink é pequena, entretanto possui uma área antiga preservada com casas de séculos atrás que unidos a esse casal simpático valorizaram muito a visita.

Estocolmo é com certeza uma das capitais mais bonitas do mundo. Formada por quatorze ilhas, tem uma que se destaca, a “Gambla Stan”, com ar medieval, ruas estreitas e casas típicas muito bem preservadas. As pontes ligando as ilhas também proporcionam cenários interessantes. A cidade poderia ser conhecida quase toda a pé, não fosse a irritante dor que me incomodava. Mas quando a beleza me fazia esquecer, caminhava obsessivamente. Mais longe da parte histórica está o centro comercial, com uma rua recheada de lojas, além de várias galerias.

O fato inusitado dessa parada ficou por conta do próprio albergue: um enorme barco ! Sim, atracado na ilha de Skeppsholmen. E pouca coisa foi adaptada. Os banheiros eram bem estranhos, com piso inclinado, e dormíamos em cabines. Quando o barco balançava tínhamos que nos equilibrar. Bem, a outra opção de albergue em Estocolmo era uma prisão onde se dorme em celas...

P.S. 1
Uma causa de morte freqüente na Suécia é a ingestão de cogumelos tóxicos. O cogumelo está muito presente na culinária deles, sendo que muitas vezes eles próprios os coletam nas florestas. Vez ou outra confundem as espécies e o erro resulta fatal.

P.S. 2
O trem que deveria me levar até Linkoping foi cancelado e tive que esperar e pegar um em outro horário. Devido a isso viajei pela primeira vez de primeira classe, uma recompensa dada pela companhia que foi à altura do inconveniente, principalmente pela boa comida que foi servida.

P.S. 3
E para completar, para sair de Linkoping, tive problemas devido a uma greve dos ferroviários ! Na Suécia ! Tive que pegar trens alternativos caros e gastei “desnecessariamente” $30 com reservas...

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