quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

[1] Cerrado por Vacaciones - Espanha


Quem viaja sozinho pode começar a qualquer momento, mas o que viaja com alguém mais tem que esperar até que o outro esteja pronto
Henry David Thoreau

Cerrado por Vacaciones: é essa a frase que se encontra em boa parte dos estabelecimentos comerciais de Madri. Fechado para Férias. A temporada de férias européias compreende os quentes meses de julho e agosto, pois que surpreendentemente, ao menos para mim, reles viajante, nada menos que três quartos dos madrilenos se encontram viajando nessa época, ou seja, três milhões de pessoas. A maioria deles estão provavelmente em refrescantes praias, para as quais, finalmente, em dois dias, eu também me dirijo.

Destas quatro semanas na capital espanhola, três fiquei em albergues, que são em número de três nesta cidade e, agora, (um pouco cansado de pular de albergue em albergue), me hospedei em uma pensão, em um quarto exclusivo. Mas tenho que confessar que esta tem sido a semana menos excitante. Embora não tenha feito, absolutamente, eternos amigos, conheci nestas três semanas uma média de duas a três pessoas ao dia, o que pode lhes dar uma idéia do que uma viagem dessas verdadeiramente significa.

Depois de procurar a embaixada brasileira e obter algumas informações, decidi ficar um pouco mais nesta cidade - de importantes museus como o Prado e o Rainha Sofia, onde se encontram obras de Picasso, Miró, Goya, Dali e Velazques, dentre outros, - e fazer um curso de espanhol intensivo de três semanas. Neste período, além de provar das mais diversas comidas típicas, e saborosas, diga-se de passagem, como paella, bocadillos, tortillas, tapas e a bebida sangria, também fui assistir ao esporte mais tradicional deste país, a tourada. Conheci cidades históricas com mais que o dobro de idade de nosso país, como Toledo e Segóvia, que não estão muito longe daqui.

Toledo é conhecida como uma capital cultural gótica desde o século XVI. É também conhecida como a cidade das três culturas por ter tido a presença dos cristãos, judeus e mulçumanos. Andar por suas ruas é experimentar uma sensação única, e com um pouco de imaginação não é difícil se transportar para a Idade Média, envolvido pelo clima da cidade.

Segóvia é igualmente surpreendente. Além de abrigar a última catedral gótica construída na Espanha, contém também o não menos estrondoso Alcazar (castelo) e ainda, para mim um dos marcos dessa viagem, o Aqueduto. O Aqueduto foi construído no século I d.c.para abastecer de água a um importante enclave militar romano. Possui 15 km de extensão e embora apenas um destes não seja subterrâneo, cerca de 200 metros estão em pleno centro da cidade e se erguem por até 28 metros de altura que me deixaram de boca aberta.

Por mais que se leia e se ouça sobre a "Corrida de Touros", a tourada, só assistindo uma para se sentir o que realmente representa. Cruel, bárbara, triste, alguns diriam. Mas também bela. Especialmente quando se inicia o duelo-baile final entre homem e animal. Vi seis touros sendo mortos e um homem sendo corneado (chifrado segundo os espanhóis... daí corno...). O momento mais dramático para mim era quando a bandinha começava a tocar e dois cavaleiros entravam em cena para arrastar o pesado touro completamente morto para fora da arena. Se o matador tivesse sido convincente, os espanhóis se levantavam e saudavam-no com lenços brancos.

É isso. Estou verdadeiramente iniciando minha viagem agora. Mais que uma semana em uma cidade, talvez só no Brasil.

P.S.
Assunto não falta para escrever, mas, infelizmente, nem sempre é fácil encontrar locais acessíveis (e com preços idem) para isso. Ainda assim, me esforçarei para escrever o máximo possível ao longo da viagem.

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