quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

[11] Presente de aniversário escandinavo - Noruega


Mudam de clima, não de alma, aqueles que atravessam mares
Horace


Cachorro quente e coca-cola: R$13,00
Ônibus circular : R$ 6,00
Big Mac Menu : R$19,00
Latinha de coca-cola : R$ 5,00
Quilo de banana : R$ 8,00

Tá certo que as mais diversas fontes me alertaram sobre os altos preços nos países da Escandinávia (Dinamarca, Suécia, Noruega - não fui à Finlândia) mas ainda assim não pude deixar de ficar surpreso com esses valores da Noruega. De longe o país mais caro que já estive e onde é impossível economizar, sem passar fome, é claro. Mas ainda assim valeu muito a pena.

Oslo não se compara às demais capitais dos países escandinavos, mesmo sendo a mais antiga delas, mas possui um parque com cerca de três centenas de esculturas muito original, que por si só já faria merecer uma visita. A entrada é ladeada por esculturas com humanos de todas as idades, alguns sozinhos, outros com toda a família, fazendo alusão às várias fases da vida. Caminhando-se mais um pouco chega-se ao centro do Parque, onde há um obelisco feito de estátuas de pessoas justapostas umas sobre as outras, em diferentes posições. Impressionante. Nesta cidade também há uma galeria com quadros que provocaram em mim vontade em aprender a pintar, quadros com paisagens belíssimas de várias fases do dia, em diferentes partes da Noruega, presumo. Lá também pode ser vista a obra máxima do movimento expressionista, O Grito, de Edvard Munch.

Minha estadia na Noruega foi realmente um presente de aniversário. Me auto-convenci a cometer um excesso e comemorar o dia do meu nascimento adentrando nesse país nórdico. Após o show de arte em Oslo parti para um show da natureza, uma bela viagem de trem até Bergen, cidade no extremo oeste da Noruega (Oslo fica no extremo-leste). No começo, paisagens bucólicas, muitas fazendas com árvores amareladas, típicas do outono. Depois, numa altitude mais elevada, um cenário com árvores completamente sem folhas, secas, parecendo que ali o outono acabara mais cedo devido às baixas temperaturas e que a região esperava ansiosamente pelo inverno, pela neve. Mais adiante quase não havia vegetação, mas sim montanhas de rochas em uma cor muito peculiar, meio esverdeadas. Parecia que estava na superfície de algum outro planeta. E finalmente as árvores amareladas voltavam a aparecer, mas dessa vez também já se podia ver mostras de fiordes, montanhas que pareciam ter sido recortadas verticalmente ao acaso, irregularmente, sendo então algumas das partes retiradas e no lugar fosse colocado água pela metade, uma beleza muito particular. A partir da segunda metade era muito comum se ver lagos e, muito freqüentemente, o trem entrava em túneis através das montanhas e quando saía podia-se ver uma paisagem deslumbrante, mas por pouco tempo, só até o próximo túnel. Essa entrada e saída sucessiva em túneis e mesmo os buracos dentro destes fizeram com que eu visse uma boa parte das paisagens através de quadros, quadros de um filme visto em câmara lenta, ou de fotografias visto em velocidade avançada. Também era muito comum se ver rebanhos de ovelhas pastando em frente às casas das fazendas.

Em Bergen tomei um tour para os fiordes. As montanhas não eram tão chocantes quanto às que vi durante a viagem, mas paramos em um povoado, Lithus, cujo único acesso era de barco e que parecia ser um pedaço de paraíso. Mar, montanhas, neblina, casas típicas com fumaça saindo pela chaminé, plantações de maçãs e até a velha igrejinha com um cemitério ao lado me faziam refletir se realmente não estava sonhando, em meio à imaginação provocada pela leitura de um livro ou relembrando imagens de algum filme. Pedi para um alemão tirar uma foto minha e quando fui subir em uma pedra levei um tombo que me custou quatro noites mal dormidas, dores que confirmavam que aquilo era a mais pura realidade, para o meu deleite.

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